LTPS (Polissilício de baixa temperatura)
é uma tecnologia usada em telas de celulares, tablets, monitores e notebooks para entregar imagens com alta resolução e taxas de atualização mais rápidas. Ela pode ser aplicada a displays LCD ou OLED de matriz ativa.
Galaxy Tab S7, um tablet com tela LTPS (Imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
A popularização do LTPS em telas foi mais acentuada na década de 2010, com o uso em painéis de alta densidade de pixels em celulares de marcas como Samsung, Apple e LG. Atualmente, a tecnologia vem perdendo espaço para o
LTPO (óxido policristalino de baixa temperatura)
, uma evolução do LTPS que gasta menos energia e permite taxas de atualização variáveis.
Como funciona uma tela com LTPS
O LTPS é um tipo de TFT e sua função é controlar individualmente os pixels do display, atuando como um interruptor que ajusta o fluxo de corrente elétrica em cada
pixel
.
Em uma tela LCD com padrão
RGB
, o LTPS permite que mais ou menos luz do backlight passe por cada subpixel vermelho, verde ou azul. A mistura desses três subpixels forma um pixel colorido, e a combinação dos pixels cria uma imagem.
Estrutura básica de uma tela LCD (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
O principal avanço do LTPS é a alta mobilidade dos elétrons, que viajam a uma velocidade mais de 100 vezes mais rápida que no a-Si,
segundo a LG Display
. Isso permite que o LTPS funcione em telas
Super AMOLED
, por exemplo, que demandam uma corrente elétrica que o a-Si não conseguia atender.
Comparativo de mobilidade dos elétrons no a-Si e no LTPS (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Por isso, o LTPS foi essencial para o surgimento das telas de alta qualidade em dispositivos portáteis, como a Retina Display, da Apple, que contava com uma densidade de pixels de 326 ppi em 2010, quando foi lançada no iPhone 4.
Vantagens e desvantagens do LTPS
Displays que utilizam LTPS podem apresentar algumas vantagens e desvantagens em relação a outros tipos de TFT, como a-Si e LTPO. Você pode esperar:
Boa eficiência energética
: o LTPS possui maior mobilidade de elétrons em relação ao a-Si, o que resulta em menor consumo de energia e aumenta a duração de bateria de dispositivos móveis;
Maior densidade de pixels
: a tecnologia LTPS permite a fabricação de transistores menores e mais densos, o que resulta em maior densidade de pixels e melhor resolução de imagem;
Taxa de atualização maiores
: telas LTPS podem suportar taxas de atualização muito altas, o que as tornam mais adequadas que o a-Si para celulares gamers;
Alto custo de fabricação
: é mais caro produzir uma tela LTPS devido aos processos de fabricação mais complexos baseados em laser, que não eram usados no a-Si;
Escala limitada
: o LTPS tem produção menos eficiente em tamanhos grandes, por isso, tende a ser restrito a dispositivos portáteis;
Fuga de corrente
: o LTPS sofre mais com vazamento de corrente elétrica, o que o torna menos eficiente que tecnologias mais novas, como o LTPO.
Principais comparações
LTPS LCD vs AMOLED
Telas LTPS LCD tendem a ser mais baratas e durar mais que o
AMOLED
. No entanto, não alcançam o preto verdadeiro dos displays orgânicos e podem gastar mais bateria. Nosso
comparativo entre LCD, AMOLED e mais tipos de tela de celulares
detalha características como brilho, cores e tempo de resposta.
LTPS vs IPS LCD
LTPS é um tipo de TFT, enquanto
IPS
é um tipo de painel usado em telas LCD que alinha o cristal líquido paralelamente à superfície. Portanto, as duas tecnologias podem coexistir na mesma tela.
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Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. Trabalha no Tecnoblog desde 2012, viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. É coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.
Ana Marques é jornalista e escreve sobre tecnologia há 7 anos. Formada pela UFRJ, está na equipe do Tecnoblog desde 2020. Já passou pelo TechTudo (Globo) e pelo hub de conteúdo do Zoom, onde cobriu eventos nacionais e internacionais, analisando celulares, fones e outros eletrônicos. De 2019 a 2022, escreveu a coluna semanal "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Antes disso tudo, cursou Farmácia e fundou uma banda de rock.